A gestação e a maternidade trazem muitos momentos de amor e alegria, mas também de insegurança e ansiedade. Com a nova rotina, a mamãe precisa lidar com muitas novidades, mudanças, sentimentos e hormônios. Tudo isso pode fazer com que ela se sinta vivendo entre altos e baixos emocionais, e uma rede de apoio seja necessária.
“Essas mudanças não são apenas no corpo, mas principalmente na parte psicológica, pois essa mulher nunca mais será a mesma que antes”, diz Thaís Ferreira Costa, psicóloga de mães especialista em Psicologia Perinatal.
Por isso, além dos cuidados com a alimentação, a higiene, o sono e o conforto, a mamãe também precisa dar atenção à sua saúde mental. Como Thaís afirma, “a maior parte dos quadros de depressão pós-parto (que hoje chamamos de depressão perinatal) se iniciam na gestação e não são tratados a tempo por falta de suporte psicológico adequado, e isso pode implicar em muitas coisas negativas depois que o bebê nascer, como um efeito bola de neve”.
Os cuidados não devem se limitar somente ao acompanhamento psicológico, mas envolvem a necessidade de uma rede de apoio, composta pela família e os amigos, que esteja disposta a compartilhar as responsabilidades e tarefas que surgem com a chegada do bebê.
Compreenda a importância de uma rede de apoio para as mamães. Leia mais:
Por que a rede de apoio é importante para a mamãe?
Desde o momento em que a mamãe tem o bebê em seus braços, ela se depara com inúmeras obrigações, como a amamentação, a troca de fraldas e a higiene do bebê, além dos cuidados com outros filhos, consigo mesma e com as tarefas domésticas. Algumas mamães que trabalham como autônomas nem mesmo podem parar de trabalhar e contar com a licença-maternidade. Para muitas, este momento traz muita insegurança quanto ao seu valor e a permanência no mercado de trabalho.
Para se adaptar à nova rotina leva tempo. Nos primeiros meses com o bebê em casa, as mamães podem se sentir exaustas, melancólicas, com humores instáveis, e muitas acabam desenvolvendo depressão perinatal. Estes sentimentos podem trazer uma visão negativa sobre a maternidade.
Por isso, é muito importante que as mamães possam contar com uma rede de apoio para que os desafios da gestação e da maternidade sejam vividos com mais tranquilidade e confiança. A psicóloga Thais Ferreira Costa explica que com “esse auxílio a mãe pode se dedicar exclusivamente aos cuidados do bebê para que a formação do vínculo mãe-bebê seja estabelecido de forma saudável e isso serve como fator de proteção para adoecimento emocional”.
É importante ressaltar que os cuidados com o recém-nascido e o bebê não devem recair exclusivamente sobre a mãe. A maternidade e o cuidado com as crianças é uma responsabilidade coletiva. “A rede de apoio é qualquer pessoa da família ou amigos de confiança que possam estar presentes após o nascimento do bebê, o pai não é considerado rede de apoio, pois assim como a mãe ele deve exercer seu papel parental de cuidados”, destaca Thais.
A psicóloga também enfatiza que a atuação da rede de apoio deve ter limites: “Não é papel da rede de apoio cuidar do bebê e nem dar palpites sobre como a mãe deve exercer esse cuidado, pois isso prejudica a vinculação e provoca sentimento de inutilidade na mãe, o que pode ser muito prejudicial para a saúde mental”.
Como posso ajudar uma mamãe?
- Converse com a mamãe sobre como ela está se sentindo sobre a gestação e a maternidade, mas também sugira outros assuntos para que ela possa espairecer;
- Disponha-se a ajudar nas tarefas domésticas para aliviar a carga de trabalho;
- Prepare uma refeição para a mamãe;
- Disponha-se a cuidar do bebê para que ela possa descansar por um tempo ou dar um passeio sozinha;
- Convide a mamãe para sair para passear quando ela puder e se sentir confortável;
Sou uma mamãe, como posso criar uma rede de apoio?
- Não tenha medo nem receio de pedir ajuda;
- Participe de grupos de maternidade com outras mamães para tirar dúvidas. Você pode encontrá-los no Facebook, em sites de maternidade que mantém fóruns de discussões e indicações de outras mamães;
- Crie um grupo com sua família e amigos para conversar e compartilhar o dia a dia, enviar fotos, falar sobre as suas necessidades e as do bebê.