Você já ouviu falar na cama compartilhada entre mães e bebês?
Quer saber mais sobre esse esse método que promete um sono melhor para os bebês e mais descanso para as mamães?
O conceito de cama compartilhada, que virou moda nos últimos tempos, não parte de uma ideia nova. Desde a época das cavernas, nossa espécie sobreviveu dormindo em bandos, com os mais fortes protegendo os mais frágeis.
Somente nos últimos 150 anos é que os bebês passaram a dormir separados dos adultos, em quartos próprios para eles. Ao passo que evoluímos como sociedade, mas não mudamos o nosso instinto.
O bebê, assim que nasce, não se importa muito com o fato de termos preparado ou não aquele quartinho lindo, todo decorado.
Certamente o importante para ele é o abrigo que encontra no colo da mãe. Ali, naquele quentinho, está o seu porto seguro, com o cheirinho e a voz que ele já conhece desde a barriga.
O instinto do bebê diz que é nesse colinho que ele vai encontrar comida, calor, afeto e proteção. Assim, por se sentir seguro, lá é o melhor lugar do mundo para ele relaxar e dormir.
Baseado nisso surge a ideia da cama compartilhada, uma forma de dormir que estimula essa proximidade entre mãe e filho.
O corpo a corpo durante a noite fará o bebê dormir melhor e, consequentemente, essa mãe também conseguirá descansar. A privação de sono está entre as maiores dificuldades das mães nos primeiros meses do bebê.
O desgaste da mãe ter que se levantar e ir até o quarto ao lado para as infinitas mamadas noturnas, praticamente desaparece, pois o bebê já está ali, do seu ladinho. Fica mais fácil ouvir e atender as necessidades do filho.
Parece interessante, não é? Antes de mais nada, vamos entender melhor este método?
Como funciona
Cama compartilhada é quando mãe e bebê compartilham a cama na hora de dormir.
O médico americano James McKenna, diretor do Mother-Baby Sleep Laboratory, da Universidade Católica de Notre Dame (EUA) é um dos principais defensores da cama compartilhada.
Para ele, mais do que trazer conforto e descanso para os pais, a prática promove, principalmente, a construção de um adulto mais seguro e positivo.
As principais vantagens do método são:
- o contato mais próximo com a mãe melhora a estabilidade respiratória, oxigenação e termoregulação do bebê
- promove despertares da mãe sincronizados com os do bebê
- aumento da duração da amamentação e da produção de leite
- facilita o descanso das mães que amamentam
- favorece os vínculos de apego
- favorece a formação no bebê de padrões de sono semelhantes aos dos adultos
Associada até uns anos atrás com o risco de morte súbita, a cama compartilhada conta hoje com inúmeros estudos que não apenas estão desfazendo essa tese, como também comprovando a segurança da prática.
A própria Academia Americana de Pediatria (AAP) divulgou recentemente as suas recomendações sobre como reduzir a Síndrome da Morte Súbita Infantil, recomendando que os bebês durmam no mesmo quarto que os pais durante o primeiro ano de vida.
Como fazer cama compartilhada de forma segura
Achou interessante e quer experimentar os benefícios da cama compartilhada? Calma. Antes de sair colocando em prática é preciso observar uma série de cuidados para que seja feita de forma segura:
- a cama deve ser plana, firme e lisa, com lençóis que permaneçam bem ajustados. Não tente fazer cama compartilhada no sofá ou em cama muito macia e com cobertores pesados.
- o ideal é que a cama seja colada à parede e o bebê durma entre a mãe e a parede. Importante se certificar que não existe espaço entre o colchão e a parede, onde o bebê poderia ficar preso.
- apenas a mãe deve fazer cama compartilhada. O pai, irmãos, avós, babás ou qualquer outra pessoa não possuem a mesma consciência instintiva da mãe, de saber onde o bebê está.
- nunca deixe o bebê sozinho em uma cama de adulto.
- não use joias e se o cabelo for grande, prenda-o.
- não use roupas com fitas ou cordões compridos.
Também é preciso levar em consideração que há casos onde a cama compartilhada é desaconselhada, pois pode envolver riscos. Listamos abaixo alguns deles:
- jamais faça cama compartilhada se os pais tiverem consumido bebida alcoólica ou drogas.
- também deve ser evitado se os pais fumam e se estão com obesidade ou sobrepeso.
E, principalmente, converse antes com o seu pediatra para avaliar os prós e contras no seu caso específico, ok?
Fontes: Programa de Saúde Infantil, Conselhos preventivos sobre o sono, Associação Espanhola de Pediatria de Atenção Primária, 2009 e Dra. Vanessa Manfrim
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